Desde terça-feira, um grupo de cerca de 30 peregrinos oriundos de Évora encontra-se em peregrinação rumo ao Santuário de Fátima, numa caminhada organizada pelos Salesianos de Évora sob o mote “Caminhar com Dom Bosco”. A iniciativa alia fé, resistência física e espírito de missão, reunindo participantes de várias idades num percurso que atravessa três distritos.
Entre os responsáveis pelo grupo está o Coronel Rogério Copeto, oficial da Guarda Nacional Republicana (GNR), que além de coordenar a logística e a segurança, caminha ao lado dos peregrinos. O Alentrium.pt acompanhou uma etapa da caminhada e falou com o Coronel sobre o papel fundamental da GNR na proteção dos grupos que, por esta altura do ano, percorrem o país a pé até Fátima.
“Esta não é apenas uma caminhada física. É um percurso interior que cada um faz com as suas intenções, silêncios e orações. Há quem venha por promessas, há quem procure respostas, há quem apenas queira agradecer. Todos carregam algo no coração”, afirmou Rogério Copeto.
Além do papel de peregrino, Copeto destaca a importância do apoio da GNR na segurança dos participantes. Integrada na operação “Peregrinação Segura 2025”, a GNR tem acompanhado os grupos em trânsito por estradas nacionais, muitas vezes sem bermas ou com visibilidade reduzida.
“O ambiente rodoviário é hostil ao peão. Estamos muitas horas na estrada e dependemos, em grande parte, da atenção e respeito dos condutores. O trabalho da GNR tem sido fundamental para garantir que todos caminham em segurança”,referiu.
O oficial partilhou ainda a motivação pessoal que o leva, ano após ano, a integrar este percurso: “A minha missão nesta peregrinação é ajudar. Não só como elemento da GNR, mas como alguém que deseja que todos cheguem bem, sem incidentes. É um serviço ao próximo, feito com convicção e entrega. É também uma forma de peregrinar.”
Segundo o Coronel Copeto, os próprios militares da GNR também se envolvem emocionalmente com os grupos que acompanham. “Ainda ontem, uma patrulha saiu da viatura e caminhou connosco. Um deles disse-me: ‘Só almoçamos quando vocês chegarem ao destino’. Esta partilha genuína mostra que também eles fazem a sua peregrinação — não apenas profissional, mas humana.”
Ao longo do trajeto, o grupo tem sido acolhido por autarquias, juntas de freguesia e estabelecimentos locais, que asseguram refeições, alojamento e apoio logístico. “Recebemos constantemente telefonemas a perguntar quando chegamos, se precisamos de alguma coisa. Há um cuidado e uma dedicação que mostram que esta caminhada é feita por muitos, não apenas por quem anda a pé”, sublinhou.
À medida que se aproximam de Fátima, este grupo de peregrinos levam consigo mais do que cansaço: transportam promessas, orações e a força de uma fé partilhada. A GNR, ao caminhar com eles, revela que proteger é também um gesto de amor e entrega. No fim da estrada, não está apenas um santuário, mas a renovação da esperança que une quem acredita, quem serve e quem caminha por algo maior.