Empresário, licenciado em Gestão Aeronáutica (ISEC) e filiado na Iniciativa Liberal (IL)
A análise política é frequentemente um exercício de reflexão estratégica, alinhando princípios e valores de um projeto partidário com as necessidades do país. O recente comentário do Presidente Rui Rocha da Iniciativa Liberal sobre a possível candidatura presidencial de Henrique Gouveia e Melo em 2026 espelha essa visão. A IL, defensora de um Liberalismo sólido e orientado para o progresso, considera que um perfil como o de Gouveia e Melo — um militar cujo protagonismo emergiu no contexto da vacinação durante a pandemia — não corresponde ao modelo de transformação política que o país urgentemente necessita.
Embora o Vice-Almirante tenha desempenhado um papel crucial durante a pandemia, é importante recordar que esse período foi marcado por medidas que, embora justificadas pelo “bem comum”, resultaram na limitação significativa das liberdades individuais: estudantes privados de ensino presencial, idosos afastados dos seus familiares e a ruína de pequenos negócios que constituem a base da nossa economia. Estes sacrifícios, ainda que necessários num contexto de crise sanitária, não se alinham com os princípios de um Liberalismo que prioriza a liberdade individual e a criação de condições para o crescimento económico sustentável.
A IL defende que o futuro Presidente da República deve ser alguém que encarne plenamente os valores do Liberalismo e esteja preparado para liderar uma transformação política estrutural. O partido continuará a trabalhar com foco na identificação e promoção de um candidato alinhado com esta visão.
Relativamente à atual onda de greves, que têm paralisado setores cruciais da sociedade portuguesa, é evidente que estas ações refletem um acumular de problemas estruturais nas últimas décadas. Contudo, a solução não passa exclusivamente por concessões de curto prazo, mas pela criação de um ambiente que privilegie o mérito, a produtividade e a criação de riqueza. O direito à greve, embora legítimo, não pode ignorar o impacto desproporcional que tem sobre os restantes cidadãos, especialmente os mais vulneráveis, que dependem de serviços essenciais como saúde, educação e transportes.
A governação responsável exige decisões corajosas e fundamentadas em políticas que promovam o crescimento económico e o bem-estar individual. Enquanto Portugal não adotar uma abordagem que valorize o talento, o trabalho e a liberdade individual como pilares do desenvolvimento, estaremos condenados a perpetuar um sistema injusto e incapaz de proporcionar igualdade de oportunidades.
A Iniciativa Liberal reafirma o seu compromisso com uma estratégia política que privilegie a criação de riqueza e o mérito, única via para transformar Portugal num país mais livre, próspero e justo.